quinta-feira, 4 de março de 2010

ATÉ MORTO SONEGA



Funerárias são investigadas por suspeita de sonegação de impostos.

Empresas emitiam notas fiscais frias nos serviços que prestavam.
Contadores e donos de funerárias foram indiciados por três crimes.

A Secretaria municipal de Fazenda e a Delegacia Fazendária investigam 12 funerárias suspeitas de sonegar impostos no Rio. Os agentes fizeram uma operação nesta terça-feira (19) e apreenderam notas fiscais frias e documentos. O esquema evolveria donos e contadores das empresas.
A polícia descobriu a fraude depois de uma denúncia. Segundo os agentes, as empresas emitiam notas fiscais frias nos serviços que prestavam. Em alguns casos, as notas tinham valor menor do que 2% do que realmente foi pago. Um homem foi preso em flagrante.


O RJTV teve acesso às notas frias. Em apenas um enterro foram gastos R$13.700, no entanto, a funerária declarou apenas R$225,75. Um outro caso chamou a atenção dos investigadores. Uma das funcionárias cobrou por um enterro R$22.800. Mas a nota fiscal saiu com R$382, menos de 2% do preço real.
Investigações

Durante as investigações, com uma câmera escondida, os agentes visitaram os suspeitos, como se fosse cliente, e pediram orçamentos para enterros. Todos ultrapassaram R$2 mil. “O que vai diferenciar é o valor da urna ou do caixão. Aí tem de dois até vinte mil reais. Um serviço de R$3.800 vai atender o senhor muito bem”, disse um funcionário de uma funerária.

Nesta terça-feira, em uma das funerárias, os investigadores encontraram cerca de 300 notas fiscais frias com o mesmo valor: R$259.

“Essa via aqui é a via branca, ela teria que ser entregue ao contratante. Se ela está aqui, já aconteceu uma sonegação, e é praticamente impossível que trezentos familiares tenham optado pela mesma urna e mesmo tipo de serviço funerário”, afirmou a delegada Valéria de Aragão.

Dono de funerária preso

Numa outra funerária, o dono foi preso em flagrante por supressão de documentos. Os investigadores disseram que ele tentou esconder talões de recibos com os valores cobrados pelos serviços. De acordo com a polícia, Fábio Ferreira Santos, de 49 anos, tem quatro passagens pela polícia e já foi condenado por sonegação de impostos.

“Em alguns documentos a gente percebeu um 'N/Fiscal', não é ‘nota fiscal’, é ‘não fiscal’, ou seja, aquele documento não tem valor fiscal. É importante, mesmo nesse momento de dor, o contribuinte fazer questão da nota fiscal, conferir se foi realmente aquele valor pago, que vai facilitar muito a fiscalização”, completou a delegada.


Fonte: O GLOBO

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