terça-feira, 16 de agosto de 2016

Banalização da doença. Doentes não existem aos olhos de quem (não) vê.

Pensei que nunca mais pudesse exercer minha carreira, que não mais pudesse praticar as atividades de sempre. Aos olhos do médico, isso pouco importava. Ele queria dissertar sobre as novas descobertas cirúrgicas experimentais, sobre o que ainda estava no porvir na ciência.

O que eu queria, como paciente? A cura. O que ele queria? Publicar um novo artigo científico ainda mais promissor. Olhava para mim como se eu fosse mais um indivíduo a entrar no seu rol de procedimentos cirúrgicos inéditos.

Eu o odiei nesse momento. Aquele risinho frívolo e a banalização da minha dor aumentaram ainda mais o meu desespero.

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