quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Parnasianismo de Bilac


Olavo Brás Martins de Guimarães Bilac nasceu no Rio de Janeiro em 16 de Dezembro de 1865. Estudou Medicina e Direito, no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas não completou nenhum dos dois cursos. Dedicou-se então ao jornalismo e à literatura. Teve participação intensa na política e em campanhas cívicas de alcance nacional.
Bilac tornou-se o cinzelador dos sonetos talvez mais perfeitos da língua, na tradição de Bocage, com decassílabos rigorosos, imagens sóbrias, riqueza métrica, de suma elegância e sonoridade, que conquistam o leitor sobretudo por aliarem-se a um sensualismo adente, óbvia impregnação das teorias realistas
Olavo Bilac morreu no Rio de Janeiro em 28 de Dezembro de 1918
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Delírio


Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
� Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.

Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
� Mais abaixo, meu bem! � num frenesi.

No seu ventre pousei a minha boca,
� Mais abaixo, meu bem! � disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci....


Olavo Bilac

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