quinta-feira, 16 de julho de 2009

Hamas acusa Israel de viciar jovens em Gaza.

O chefe da milícia criada pelo Hamas para policiar a faixa de Gaza, Islam Shahwan, acusou Israel de executar um plano voltado a “viciar” os jovens palestinos islâmicos.



Disse Shahwan que grandes quantidades de metanfetaminas, maconha, gotas excitantes para colocar em bebidas e gomas de mascar enriquecidas com substâncias causadoras de dependência química e proibidas internacionalmente são vendidas aos jovens palestinos de Gaza por preços insignificantes.



A tarefa de introduzir em Gaza drogas proibidas, — psicoativas ou perturbadoras do sistema nervoso central –, estaria destinada ao Shin Bet, ou seja, ao serviço de segurança israelense, que atua na faixa de fronteira e controla a passagem de produtos até Gaza.



Alertou Shahwan que as drogas proibidas não ingressam pelos polêmicos túneis egípcios usados pelo Hamas para introduções em Gaza de alimentos, remédios armas e explosivos.



O ingresso “de drogas para perverter a nossa juventude e fazer com que realizem transgressões aos valores islâmicos” é realizado a partir de território israelense, arrematou Shahwan.



Sobre a prova do “plano” atribuído a Israel, Shahwan afirmou tê-lo descoberto por confissões de traficantes presos em Gaza e que disseram estar a serviço da Shin Bet israelense. Shahwan acrescentou ainda que vários jovens palestinos, espontaneamente, procuram-lhe para, arrependidos, contar sobre as transgressões, mediante uso de drogas compradas por preço baratíssimo e usadas em festas.



Garotos e garotas, cujos relatos e nomes não foram divulgados, teriam contado a Shahwan que gomas de mascar e sucos com gotas de substâncias proibidas eram facilmente encontrados nas festas de jovens palestinos.



O supracitado chefe do policiamento não mostrou as gomas e nem as gotas referidas. Apenas apresentou uma grande quantidade de maconha.



PANO RÁPIDO. Uma breve pesquisa historiográfica sobre as duas “Guerras do Ópio” (1839-1842 e 1856-1860), a última cessada pelo Tratado de Tientsin, mostra que não só o interesse britânico no monopólio do ópio, pela indústria farmacêutica, foi o móvel do conflito. Dopar os chineses, reduzindo-o à condição de dependentes químicos e mentais, era uma das metas.
Pelo jeito, Islam Shahwan conhece a história. Só que as provas a que fez referência não contam com a isenção necessária para tão grave imputação contra Israel. Isso não quer dizer, no entanto, que a comunidade internacional não se interesse pelo caso. Afinal, não existem mais países e pessoas acima de qualquer suspeita. Nem o Sarney e o Renan Calheiros.



–Wálter Fanagniello Maierovitch–

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails