quarta-feira, 4 de julho de 2007

Do Anonimato


Certa feita, li a seguinte frase em meio de comunicação de renome: "A vantagem do anonimato é precisamente poder proclamar bobagens sem a menor preocupação em manter a reputação. Afinal de contas, ninguém pode perder o que não tem."


Venho aqui colocar minha opinião.


Bendito o anonimato, que nos imola das fofocas e desavenças....da suposta "fama", verdadeira chama de vaidades.Maravilhoso poder sair de casa e dar um simples "bom dia", sem se preocupar com olhares e comentários.Ser você e ser amado simplesmente por isso.Não chamar a atenção por onde passa, por onde andou e para onde vai.Ao invés dese destacar, simplesmente, fazer parte.


Mas não é essa a vantagem que alguns vêem no anonimato...Afinal, visar o anonimato para quê? Para motivos escusos, como afirma a frase do início do texto? Quem é realmente esse que omite o próprio nome, a fim de transpor a ética? Um sem-nome, que mostra a verdadeira identidade e se despe de sua máscara, quando perde a suposta identidade? é preciso deixar de ser para realmente vir a ser?!


Que máscara é esta que vestimos todos os dias...já parou para pensar nisso?Se ela cair, o que você tem por trás? Se você se disfarçar, o que é capaz de fazer???


Um comentário:

Pensador Louco disse...

Antes de mais nada, obrigado pelo novo comentário.

Adorei essa tua postagem a respeito de anonimato. É uma atitude cada vez maior, principalmente no advento das existências online. Pensei durante um tempo que as pessoas simplesmente não acreditassem terem nada de valor a mostrar como na realidade, então preferiam representar-se como projeções virtuais de seus desejos e anseios.

Mas é pior. Independente de ser para fins escusos ou não, a grande maioria tende a se mostrar anonimamente, ou como um arquétipo da média geral, como imagina que esta seja. Tal como Jeyl e Hyde, uma pessoa mediana com vida online baseia sua personalidade numa decantação do que, supostamente, o inconsciente coletivo moderno crê ser o ideal de alguém que faria sucesso nos meios virtuais de comunicação. E deixa seu "eu" real escondido, protegido dos outros que, como ela, usam de máscaras que julgam ser o ideal na internet.

Essa pessoa expõe a personalidade do arquétipo como sendo a sua, um anônimo, pois acredita que, dessa forma, terá acesso a tudo e todos, nada lhe será negado. Mas me pergunto se toda essa ausência de ser não cria um incrível efeito colateral.

Afinal, se somadas todas as personalidades anônimas que vagueiam pela net em turbas completamente iguais, não se pode distinguir uma da outra. É tudo um mar de apatia impessoal, tão homogêneo quanto encontrar um grão de arroz que jura ser diferente, no meio de uma grande panela.

E no futuro bem próximo, todas as pessoas serão uma só. Não exatamente da mesma forma que sonhou a geração flower power.

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