segunda-feira, 11 de junho de 2007

Cães e bebês têm inteligências parecidas, diz estudo


Uma pesquisa realizada na Universidade de Viena revelou que cachorros podem apresentar os mesmos níveis de inteligência de um bebê de 14 meses.

Os pesquisadores, que publicaram o estudo na revista Current Biology, realizaram testes físicos com bebês e cachorros separadamente e descobriram resultados semelhantes.

Num primeiro momento, eles analisaram várias crianças de 14 meses, que, individualmente, assistiam sentadas quando a mãe entrava no quarto carregando um cobertor com as duas mãos.

Em seguida, as mães usaram a testa para acender a luz num interruptor.

Os pesquisadores observaram que, quando chegou a vez de as crianças acenderem a luz, elas usaram as mãos e não a cabeça.

Segundo os analistas, os bebês perceberam que suas mães só haviam usado a testa porque estavam com as mãos ocupadas.

Imitação seletiva

Segundo os cientistas, os testes provaram que em vez de copiarem cegamente as mães, os bebês analisaram o que viram e perceberam que suas mãos eram certamente mais apropriadas para a tarefa.

A segunda etapa do estudo foi realizada com cães. Os pesquisadores realizaram testes semelhantes para checar se eles reagiriam da mesma forma.

Sabendo que cachorros normalmente usam a boca para locomover objetos, os estudiosos treinaram a cachorra Guinness, da raça Collie, a empurrar uma barra de madeira com as patas enquanto carregava uma bola na boca. A cadela percebeu que, se assim o fizesse, ganharia comida.

Em seguida, Guinness realizou a tarefa diante de dois grupos. Para o primeiro, empurrou a barra com patas e bola na boca e, para o segundo, com a boca vazia.

Um terceiro grupo de cães, que não assistiu à ação de Guinness, foi deixado livre para agir como quisesse.

Como esperado, 12 dos 14 cachorros empurraram a barra com a boca. Em seguida, o grupo de 19 cachorros que havia visto Guinness empurrar a barra com as patas e a boca vazia, testaram o equipamento. Os pesquisadores constataram que 83% a imitaram, certos de que essa era a chave para receber a comida.

Mas a revelação veio quando os 21 cães, que a viram empurrar a barra com a bola na boca, não repetiram a ação.

De acordo com os estudiosos, 80% deles usaram a boca para empurrar a bola.

Assim como os bebês, os cães perceberam que Guinness só havia usado as patas porque estava com a boca ocupada.

De acordo com a pesquisadore Friederike Range, que liderou pesquisa, a transmissão do saber cultural “requer que aprendizes identifiquem qual informação deve ser retida e imitada seletivamente quando observam as habilidades dos outros”.

“Crianças já haviam demonstrado essa habilidade", disse.

"A surpresa foi constatar que cachorros também fazem a imitação seletiva, sem repetirem o que vêem indiscriminadamente. Se imitam ou não, depende do contexto”, conclui a pesquisadora.

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