quarta-feira, 30 de maio de 2007

Ainda somos seres míticos



As concepções indianas lendárias, as tradições templárias dos povos orientais, em tempos remotos, sempre tiveram as suas formulações nas tragédias gregas, excelentes repositórios dos conflitos humanos, que a mitologia expunha, ora com poesia, ora com tragédias e dramas cruéis.

O pensamento cartesiano, com o seu cogito inferiu-lhes o primeiro golpe , o que, lentamente, decretou a sentença de morte de mitos e crenças.

Mas, quando menos se acreditava nos mitos, considerando as nossas “mentes adultas” liberadas deles, eis que a tecnologia e a mídia criaram outros mitos no que chamamos de modernidade: super-homens, he-man, rambos , Jedis e tantos outros.A informática abriu espaço para que a imaginação ampliasse o campo mitológico na condição de jogos eletrônicos, com seus diversos heróis, e ases vencedores e imbatíveis, permitindo que os jovens de hoje, em plena era digital, confundam suas possibilidades limitadas com as renomadas conquistas da fantasia.

A falência do individualismo industrial, a decadência do coletivismo socialista deram lugar a novas formas de afirmação, nas quais o inconsciente projeta os seus mitos e assenhoreia-se da realidade, confundindo-a com a ilusão.

A solidão e a ansiedade que os mitos mascaram (revelam?) , mas não equacionam, rompem a couraça de indiferença do homem em busca de sua própria identidade, levando-o a um amadurecimento em que um grupo social necessita para sobreviver, tanto que lhe é importante, favorecendo-o com um intercâmbio de emoções e ações sem as quais não podemos viver.O cogito parece não ser suficiente para darmos sentido as nossas vidas.

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