As concepções indianas lendárias, as tradições templárias dos povos orientais, em tempos remotos, sempre tiveram as suas formulações nas tragédias gregas, excelentes repositórios dos conflitos humanos, que a mitologia expunha, ora com poesia, ora com tragédias e dramas cruéis.
O pensamento cartesiano, com o seu cogito inferiu-lhes o primeiro golpe , o que, lentamente, decretou a sentença de morte de mitos e crenças.
Mas, quando menos se acreditava nos mitos, considerando as nossas “mentes adultas” liberadas deles, eis que a tecnologia e a mídia criaram outros mitos no que chamamos de modernidade: super-homens, he-man, rambos , Jedis e tantos outros.A informática abriu espaço para que a imaginação ampliasse o campo mitológico na condição de jogos eletrônicos, com seus diversos heróis, e ases vencedores e imbatíveis, permitindo que os jovens de hoje, em plena era digital, confundam suas possibilidades limitadas com as renomadas conquistas da fantasia.
A falência do individualismo industrial, a decadência do coletivismo socialista deram lugar a novas formas de afirmação, nas quais o inconsciente projeta os seus mitos e assenhoreia-se da realidade, confundindo-a com a ilusão.
A solidão e a ansiedade que os mitos mascaram (revelam?) , mas não equacionam, rompem a couraça de indiferença do homem em busca de sua própria identidade, levando-o a um amadurecimento em que um grupo social necessita para sobreviver, tanto que lhe é importante, favorecendo-o com um intercâmbio de emoções e ações sem as quais não podemos viver.O cogito parece não ser suficiente para darmos sentido as nossas vidas.
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